Estes olhos desumanos
de tão humana carência
são como palmas e dedos
em silêncios e toques
São ardentes olhos
em retoque de almas;
o medo quando, em segredo,
revela a sua morada.
Estes olhos humanos
de tão desumana desgraça
são como a covarde palavra
que na boca falta
e mente o pedido,
o lamento —
a espera de uma criança
por sobras e doces
os olhos que
lacrimejam fantasmas e tempos
são olhos de luz
de tão iluminado desejo
Semente
de tempo germinado
em quintais de antigos
donos.
Semente
lançada aos ventos
(seus olhares);
ao traço e trança e risco.
Aonde te lançares.
Nos alcances.
Lá onde não se revelam.
Velam à deriva. Aonde o vento leva.
Os olhares
semeando tempo.
E estes olhos de luz,
humanos,
de tão carente segredo?!