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terça-feira, 25 de maio de 2010

risco

do risco
do poeta
não sobrou
verso
nem conversa

              as frases todas

ator-dO-Adas
   
    des           
          cer          
               am
         
        t r ô p e g A s

pela
       des
            carga

domingo, 16 de maio de 2010

da beleza de novo

deitei outra vez a beleza em meu colo
e desta vez
não serei de dizer
que a injuriei

deixei que ela consumisse
sozinha
todo o néctar
e toda a flor

pois enquanto andava
eu
à procura de
guarida

andando
sozinho
nos vales e montes
desta terra,

vi brotar do
lodo
(outrora fecundo solo)
a vida

em flor de lótus

)
a beleza
imaculada
dita
novamente
seu curso       outra temporada
(

do breu
 vingou
a flor; e desta,
  a beleza

até pousar
outra vez
seu repouso
em meu
colo:
eis minha mesa.


Estou servido,
pensei.

Mas dessa vez
a deitei em minha cama

... e juro que não a injuriei.

terça-feira, 4 de maio de 2010

em casa

quando
  nas demoras
busco
  teus detalhes (ainda)
es palha
             dos
 pela casa,

minha cara,

é porque estas são as tralhas
         que lanço sobre meus
dias

entre idas e recuos,
  ausências e norte.

havia um ponto
    antes aproximando
a frouxidão
               anunciada 
 no seguir dos passos 

hoje recuso-me a encarar as coisas
   como se elas fossem  apenas
despedidas...

     vivas as coisas se
 perpetuam nos móveis desta casa...

... nas frechas, nos ventres
nas entre
                linhas e
          telhas.
 nas orelhas e paredes.

em seu íntimo alicerce.

minha cara, assim te busco:
viva,
  presente nos sentires
(ainda que ausente nos dizeres)

assim te vejo:
   tateando teu cheiro
na roupa esquecida,
nos lençois não lavados
na pele embevecida;

  assim, semente,
 na casa repartida
       
        sempre
            ali
          viva
             .