Um abraço aos leitores que, desde o início, ou recentemente, têm frequentado este espaço.
Quero lhes dizer que, a partir de agora, esta oficina de criação poética já cumpriu o seu papel e, por isso, não estará mais ativa.
Ao longo de quase cinco anos criando, postando, apagando, reescrevendo, editando, lendo e respondendo a comentários, consegui fitrar tudo numa coletânia que, hoje, posso chamar de livro. E talvez por isso tanto tempo sem novas postagens. O livro "Das horas" está pronto. Aguarda, no entanto, algum período ainda de gestação. Este espaço, agradecendo aos colegas blogueiros, já era. Uma nova era surge, ainda que em gestação.
das HoRaS
o instante que se demora
sábado, 30 de junho de 2012
quinta-feira, 10 de novembro de 2011
Dez de novembro
Para Erinha Ribeiro
Hoje o dia
é de luz;
de cores e data
definidas.
Outrora surgira
do ventre
a vida —
agora presente
em data comemorativa.
Esta de hoje, menina,
mulher já foi um dia
em berço acordada.
Buscava seu espaço
a cada acalanto;
e a cada ano que se seguia,
ela, menina, ia se espaçando,
como quem se espreguiça
em alvorada.
Até o dia em que
surgira ao longe
um novo canto.
Era o de uma nova vida:
a dois — repartida.
E repartir (ela descobre)
exige rotina.
Exige das retinas
atenção dividida.
Então ela
percebe o quanto
é bom ser amada
em vida.
Hoje o dia
é de luz;
de cores e data
definidas.
Outrora surgira
do ventre
a vida —
agora presente
em data comemorativa.
Esta de hoje, menina,
mulher já foi um dia
em berço acordada.
Buscava seu espaço
a cada acalanto;
e a cada ano que se seguia,
ela, menina, ia se espaçando,
como quem se espreguiça
em alvorada.
Até o dia em que
surgira ao longe
um novo canto.
Era o de uma nova vida:
a dois — repartida.
E repartir (ela descobre)
exige rotina.
Exige das retinas
atenção dividida.
Então ela
percebe o quanto
é bom ser amada
em vida.
terça-feira, 8 de novembro de 2011
ventilando poesia
ventilando
a verve
forjada
o poeta
finge
a poesia
falsa
os dizeres
são agora
os de dentro
estão ocultos
sob a pele das palavras
mas não há calma
há verbos de violência força
musculando fuga
topar o torpor esquecido
correr o salto, o risco
sacudir
a quietude dos dias
ventilando poesia
a verve
forjada
o poeta
finge
a poesia
falsa
os dizeres
são agora
os de dentro
estão ocultos
sob a pele das palavras
mas não há calma
há verbos de violência força
musculando fuga
topar o torpor esquecido
correr o salto, o risco
sacudir
a quietude dos dias
ventilando poesia
sexta-feira, 3 de junho de 2011
ouse em águas
ouse
um dia
se deixar
lavar nas águas do rio
sinta suas pedras;
o caminho.
mas ouse o curso
do rio
ao mar
ouse tocar
o medo;
o revés da barca.
(sinta a farsa;
a febre;
o delírio
de avessos versos)
ou se
cair o peso
em águas
como âncora
que se deixe
estar
sob as ondas
tendo braços
a remo
tendo o peito
ainda
por encher
de outras
águas
a enchente
e de outros
versos o poente
ouse
e se deixe
leme
um dia
se deixar
lavar nas águas do rio
sinta suas pedras;
o caminho.
mas ouse o curso
do rio
ao mar
ouse tocar
o medo;
o revés da barca.
(sinta a farsa;
a febre;
o delírio
de avessos versos)
ou se
cair o peso
em águas
como âncora
que se deixe
estar
sob as ondas
tendo braços
a remo
tendo o peito
ainda
por encher
de outras
águas
a enchente
e de outros
versos o poente
ouse
e se deixe
leme
sexta-feira, 11 de março de 2011
descoberta paisagem
há minas
e luzes
sob o véu da cidade
luminosidades
nos olhos
transitantes
dos homens que cruzam
suas pontes
ruas e avenidas
(E como queriam
todos
tocar a pele
intacta do ocultoso
verso?!...)
Como
lâminas,
pés
descalços
traçam um risco
tísico
no viscoso chão
da cidade
mas
ante o brilho
luminoso
que se lança
mortiço
ao horizonte
eis que
surge
um grito rouco
de uma voz que se consome
e se percebe
limitada
pois essa voz
reconhece
descoberta a paisagem
diversa
e a incapacidade
dos tocares íntimos
por desenhos-palavra
melhor
sentir a canção
de olhos vendados
a seguir
às cegas
as vozes
roucas
da cidade
e luzes
sob o véu da cidade
luminosidades
nos olhos
transitantes
dos homens que cruzam
suas pontes
ruas e avenidas
(E como queriam
todos
tocar a pele
intacta do ocultoso
verso?!...)
Como
lâminas,
pés
descalços
traçam um risco
tísico
no viscoso chão
da cidade
mas
ante o brilho
luminoso
que se lança
mortiço
ao horizonte
eis que
surge
um grito rouco
de uma voz que se consome
e se percebe
limitada
pois essa voz
reconhece
descoberta a paisagem
diversa
e a incapacidade
dos tocares íntimos
por desenhos-palavra
melhor
sentir a canção
de olhos vendados
a seguir
às cegas
as vozes
roucas
da cidade
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