quinta-feira, 21 de janeiro de 2010
Aterrando mares
Da janela, ouço uma voz
o eco de um poeta
o beco:
de que me vale ser
filho da
paisagem inerte dos livros
quando a que
penetra
no surdo som das palavras
invade o quarto
e faz do medo
uma morada?
o lençol da cama
hoje está
intacto
a fama à mesa
se mostra
tonta
mas põe relevo
ao que antes
era vácuo
pois o vício
das ruas
tem um gosto amargo
é triste
ao final
quando a soma
dos lados
não traz
um positivo saldo
e os olhos fechados
daqueles
cujo sangue
outros podres corpos
derramaram
num mar
há
pouco (muito)
aterrado
sexta-feira, 15 de janeiro de 2010
outras teias
uma teia tão fina
dividida
entre dois contínuos
traços
de um lado as lidas linhas da mão
de um enovelado tempo
vivido
noutro, fios que teceriam
um tempo-espaço
opaco
acaso a presa
buscasse na dor uma lasca de prazer
(um misto com a surpresa)
- o prazer de sentir-se no limite das forças -
são os fios de sua teia que forram
sua dor
e lhe ofertam um prazer à sombra
de sua própria árvore
tendo em volta
venenosas serpentes
uma teia tão fina
fios que a força não folga
(onde a pele jamais toca)
e presas no limiar do instante febril
cada uma em sua
toca
dividida
entre dois contínuos
traços
de um lado as lidas linhas da mão
de um enovelado tempo
vivido
noutro, fios que teceriam
um tempo-espaço
opaco
acaso a presa
buscasse na dor uma lasca de prazer
(um misto com a surpresa)
- o prazer de sentir-se no limite das forças -
pois quem tece a teia tenciona a outro
mas é a sua a fisgadaa dor
são os fios de sua teia que forram
su
e lhe ofertam um prazer à sombra
de sua própria árvore
tendo em volta
venenosas serpentes
uma teia tão fina
fios que a força não folga
(onde a pele jamais toca)
e presas no limiar do instante febril
cada uma em sua
toca
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