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quarta-feira, 14 de abril de 2010

ter o que procura

mulher,
 teu nome e olhar
endereçaram-se a outro

   que
não te ver

  ele
procura no silêncio
  a última gravura
para o álbum
 de família

  ela
atira suas flechas
 como quem mira
um alvo às escondidas

  ele
um anônimo
 de braços dados
com o silêncio
do álbum
incompleto

 ela
arquiteta
de arco
 e galgos
atirar-se
 da tela


 ele
virando a página
(a última gravura
   incerta)

 ela
(ferida)
 a
   candura
que fere
a
   busca cega


cada um,
em segredo, 
  tem sempre o que
(não)  
procura
(e o medo)