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terça-feira, 21 de abril de 2009

poema num vácuo calculado e impreciso espaço


Deixa-se sentir

tanto quanto

deixar-se-ia livre
acaso fosse

ABERTA-FLOR

a palavra espacial

botão que se abre

INSTANTE-SÓ
e se perde VÃO
no breu de vagas páginas e pó



mas se acaso NÃO

Então
não-hora
e não-dia

Não é de se imaginar:

SAIRIA
fria
acaso fosse
NÃO-ROSA

Orquídea-não

a palavra vazia

2 comentários:

Bárbara disse...

Uma não-flor de pétalas metafóricas e coloridas de breu não se compreende, embora seu sentido - frio - fique marcado na alma.

Esse poema fica ainda mais belo quando declamado, alternando voz suave e forte e mais alta nos versos escritos em caixa alta.

Espero que você o leve para esse evento na Livro Lido.

Bruno Ribeiro disse...

oi Bárbara, valeu.

também penso que esse poema pode ganhar mais força quando lido em voz alta, ou declamado. Mas sobre sua participação no evento, não sei se seria viável. O evento começa a ganhar um formato que não caberia tanto um poema como este, mais experimental, e de temática não muito próxima dos que serão utilizados por mim e pelos outros participantes.
Na verdade, não sei. Mas de qualquer maneira, valeu pela sugestão. Vou levá-lo para o próximo ensaio.

Obrigado.