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segunda-feira, 2 de março de 2009

Oeste

Oeste
este verso.


Somos todos deserto em água.
Espinhos de dentro pra fora.


Ao sul, todos os patos.
O horizonte aponta sua linha cortante.


Somos todos divisa. E ventre.
Onde toda morte é passo

e todo passo, corte.

Duas linhas entre horas.

A primeira, de antes, fica.
Deixa-se suar pelo veneno.


A outra, parte, segue
o torto vento.


A oeste este verso.

Parte como que voltando
de longa viagem.


Amanhã
(diz o tempo)
irá chover.


O oeste é este perto.

Estamos todos submersos.


Na divisa, entre os versos;
Na esquina de quem somos.

2 comentários:

Bárbara disse...

A oeste está o meu caminho

Bruno Ribeiro disse...

A oeste todos os caminhos, Bárbara.

Fortalece aí!