Atendi ao pedido
árido
de sua voz
e saltei por
sobre meus ombros
(e sua voz e sua voz e sua voz...)
mas antes
havia ainda o passo a persistir
na caminhada
havia o conforto
dos dias
o trabalho
o lar
(mas a sua voz...)
a lasca
o casulo
os cascos vermelhos e subcutâneos
profonados aos olhos
ali situados
no distante - de partida
mas quente e bem guardado o lamento
os laços
se dissolvendo
por dentro
(tempo tempo tempo e temíveis deslizamentos)
sinto que algo
escorre placidamente
pelos dedos de minhas mãos já sem força
(e sua voz sua voz
há tempos
assim pelas mãos escorrendo)
o brio
da maciez
o furto trago do veneno amargo
e o chamado:
é tempo
estamos em torrentes
- declives -
e quente o sopro rente ao pescoço nu
então
cabelos soltos
salto
por sobre os
ombros
e enfim encontro
(do alto da torre)
a lua
o mar
as folhas do outono.
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2 comentários:
Nossa moço, adorei essa "partitura poética", se é que posso chamar assim.hehe.Parabéns, escreve muito bem..
Valeu, Naiara. Bom te "ver" por aqui. Continue visitando este espaço que está sempre em construção.
Obrigado. Beijos.
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