quinta-feira, 21 de janeiro de 2010
Aterrando mares
Da janela, ouço uma voz
o eco de um poeta
o beco:
de que me vale ser
filho da
paisagem inerte dos livros
quando a que
penetra
no surdo som das palavras
invade o quarto
e faz do medo
uma morada?
o lençol da cama
hoje está
intacto
a fama à mesa
se mostra
tonta
mas põe relevo
ao que antes
era vácuo
pois o vício
das ruas
tem um gosto amargo
é triste
ao final
quando a soma
dos lados
não traz
um positivo saldo
e os olhos fechados
daqueles
cujo sangue
outros podres corpos
derramaram
num mar
há
pouco (muito)
aterrado
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4 comentários:
gosteii: " é triste ao final quando a soma dos lados não traz um positivo saldo"
Adorei seu blog... :D
você é de maceió, né?! Legal conhecer pessoas que tem blog e são da terrinha.
beijos.
Obrigado, Laís. Este continua sendo um espaço de experimentos poéticos. É sempre bom contar com novos leitores (as).
Sou sim de Maceió. E continue visitando.
Mais uma magnifica! Adoro suas palavras e a forma com a qual você as organiza!Seus experimentos poéticos são muito bons!Parabéns!
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