o abotoado
sorriso
o castiço
homem
à espera de um
outro
postiço
uma cena insólita
a vista é sofrida
mas vê-se ao fundo do copo
uma mancha
disforme
que, dizem,
"aprisiona horas distintas
em nobres uniformes..."
... a espera é tardia
como o verão
é quente, mas se vale
da frieza dos
homens
e o homem
à espera do
outro homem
continua
desfazendo cinzas
descascando unhas
mascando o tempo
mas antes
do último trago
(seu veneno)
e antes ainda que
pedisse outra dose
o homem esperado vem
se aproximando
o carro é blindado,
o homem, não.
os olhos por trás das lentes
(e do bigode)
parecem borrados
uma nuvem negra os
borda num tom sombrio
o homem que esperava
desfaz o bocejo
e toma seu último trago
antes de ir a
o encontro:
um acerto antigo de contas:
"dois mais dois são quatro"
e ponto
4 comentários:
Muito bom, cara.
!
Muito bom mesmo :D
lindo, bruno.
-saudades-
nilton.
Obrigado, fico feliz e um tanto envaidecido pelos comentários.
Tazio, meu caro, valeu bróder. Você sempre visitando este espaço. Fico feliz.
Jéssica, apesar de não nos conhecermos pessoalmente, é muito bom contar com sua leitura.
Nilton, bom te "ver" por aqui. Amigo, leitor antigo. Abraço.
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