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terça-feira, 31 de março de 2009

Olhos pela fechadura

Eu queria cantar do amor
a sua roupa despida


a sua pele, seus pêlos
a sua carne-viva

Cantar sua abertura de portas
(voltas e idas)

Eu queria cantar do amor
a sua fornalha sem pele


a sua marca, sua ferida

em sua face,
a profunda secura

Eu queria cantar do amor
a sua mais secreta chave

olhos pela fechadura

Mas só posso dele
cantar seu nome

e o charme
de seu fiel disfarce


(enquanto a chama dura)

4 comentários:

Bárbara disse...

Só um adjetivo me vem à cabeça para qualificar esse poema: MAGNÍFICO!

Ler sua poesia agora pela manhã já deixou meu dia mais bonito. Sorte de quem escuta essas belas palavras saindo de sua boca.

Bruno Ribeiro disse...

Obrigado, Bárbara.

Fiquei muito feliz com seu comentário. E mais ainda em saber que este poema fez com que seu dia se tornasse mais bonito.

Isso me deixa realmente sem palavras.

Valeu.

tazio zambi disse...

Citei você no meu blog. Parabéns.

Bruno Ribeiro disse...

Aproveito este espaço para agradecer a todas as pessoas que vem frequentando este blog, ainda que anonimamente.

Agradeço, especialmente ao amigo e também poeta, Tazio Zambi. Por suas "oficinas" que tanto me ajudam e fortalecem meus versos, mas não só os meus. É sempre enriquecedor ler Tazio Zambi. Uma experiência necessária. E mais enriquecedor ainda é tê-lo como amigo.

Abraço, meu caro. Obrigado.