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segunda-feira, 16 de março de 2009

Trem das horas

É um trem de águas turvas
O trem que se demora
É alguém acordando
Enquanto somam-se as horas

É um trem de pouca força
A coisa que não pára
É o bem que me deixa
No rosto uma face sem mágoa

É um trem de muitos medos
O desejo que me fala
É o que tem de mais violento
Na pele das palavras

É um trem de vagões abertos
A ferida que não sara
É um trem que traz a poeira

Na bagagem que não larga




É um trem de amores outros
O instante em que já houve
O tempo de haver promessas
O tempo de haver horrores

É um trem de tempos idos
Nos trilhos das horas
O trem que agora parte
O trem que não retorna

5 comentários:

Unknown disse...

"O tempo de haver promessas" já prometemos bastante , agora estamos no tempo de aprender a fazer!
Parabens professor Abraço Prof. Ademar!!!

Bárbara disse...

Esse trem de versos ritmados como os ponteiros do relógio, ou como o som das engrenagens, passa ligeiro e deixa saudades. Por isso vou lê-lo novamente

Bárbara disse...

Adorei este poema, Bruno. Ele é daqueles que são legais de guardar na memória (embora a minha não seja tão boa para essas coisas) para a gente lembrar de tempos em tempos.

Obrigada pela força, Bruno, também sinto como se você fosse um amigo de longa data, e por isso espero mesmo que não esteja passando por nada parecido do que está acontecendo comigo agora. Uma vida sem paixão não tem graça alguma, mas estou tentando recuperar minha paixão pela vida.

Bruno Ribeiro disse...

Valeu Ademar,é por aí mesmo. É um trem de tempos idos esse de prometer...

É tempo de fazer!!!
Abraço.


Bárbara, sempre bárbara.
Obrigado, por tudo.

Bom, estive passando por um momento delicado, mais introspectivo e com algumas crises... mas a paixão continua. Sempre (assim espero)!
E espero também, então amiga, que você se encontre, encontre paixões e as distribua conosco e com a vida.

Beijo.

Nathália Nascimento disse...

Oi bruno :D
puxa obrigada pela visita :D

adorei seus textos *--*
bjao :*