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segunda-feira, 8 de dezembro de 2008

Até a próxima canção

Eu espero
espero
e canto
meu canto cego
sem medo do escuro
me fazendo muro pros meus gatos

Eu espero
Eu espero
o retrato sair do papel
beijar-me a face
tornar-se nuvem
retirar seu véu

Eu espero, espero e marco o tempo
O tempo de sala
meu tempo em novela


Eu espero
espero meu verso se desprender
de ilhas
de limbos
de alçapões aguados
de bandeiras atiradas ao vento
na cinza das horas
no tormento
na rua dos cataventos…

Eu espero
E espero uma canção
que espera a si própria
enquanto espero e espero…

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