Sob a pele, manchas de tinta
Tua única pele revolvida
No vermelho querendo vida
Em tardes de poeira
E assentos
Quando mangueiras em ruas de barro
Querem chuva,
Escapa-te outro tempo
Que em silêncio segreda
O pêndulo de antigos
Erros.
Sobre a tinta querendo sangue
A poeira se assenta
E encorpa
Aroma e tato
E sutil reveste
A pele já escassa —
Dormida.
Agora tu sabes o que te preenche
E a cor e o cheiro.
Não sabes da dor,
Do silêncio,
Do nome que há por dentro
Do desejo sem nome
(Tormento
Presente
De antes e sempre)
Agora tu sentes.
Mas agora teu nome é Verbo
E é Palavra o que te veste.
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3 comentários:
Muito boa essa passagem de "alguém" para palavra.
(engraçado... me deu vontade de ver seus versos impressos, tinta preta no papel branco - um livro está sendo construído, não é mesmo?)
Beijos!
Denso como sua barba
Profundo como seus olhos
O Verbo se transforma em ti
Obrigado, Gláucia. O livro está sim sendo construído. E este é meu laboratório.
Bárbara, fico feliz pelas palavras. Parabéns pelo seu blog. Muito sensual e bonito.
Serei um visitante frequente.
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