
A agulha pede o outro lado do vinil
Ruídos são preces
para quem perdeu o trem
Para quem o caminho se torna mais longo
o consolo pode estar
nas folhas do outono
No outro lado do tombo
(O outro lado do vinil é ainda mais sombrio
— porque desconhecido —
Por isso os ruídos e a espera)
E aquela tal nostalgia já não faz sentido
O trem se foi
e ruídos podem ser pássaros
ou ecos de vozes que já não se ouvem
que se ficam guardadas
como conchas e o som do mar infinito
Mas para quem o trem traz conforto e mão amiga
a espera é como bagagem que não se larga
como o pulso que convida o resto do corpo
a bater uma batida sempre exata
uma batida que traga ruídos e fumaça
Ruídos são preces
para quem perdeu o trem
Para quem o caminho se torna mais longo
o consolo pode estar
nas folhas do outono
No outro lado do tombo
(O outro lado do vinil é ainda mais sombrio
— porque desconhecido —
Por isso os ruídos e a espera)
E aquela tal nostalgia já não faz sentido
O trem se foi
e ruídos podem ser pássaros
ou ecos de vozes que já não se ouvem
que se ficam guardadas
como conchas e o som do mar infinito
Mas para quem o trem traz conforto e mão amiga
a espera é como bagagem que não se larga
como o pulso que convida o resto do corpo
a bater uma batida sempre exata
uma batida que traga ruídos e fumaça

João Barcelos - "Maria Fumaça"
Nenhum comentário:
Postar um comentário