ouso agora tocar o poema inacabado
sem a demora do depois
sem a espera de um verso inconcluso
que beire sempre a outra margem
(a obscura
e ínfima
de lâmina
curva
que
recorta
e espalha
seus sons
e dogmas
em páginas
reviradas)
ouso assim tocar a pele espessa do poema
e rugosa
pois se tocada
sua forma revigora
sua forma
se estende afora o mar
e orna seus presentes
quilômetros
distantes
lá onde
ouve-se o mar
e se tocados o pano e a linha
tesouros
cortarão caminhos
entre sombras e silêncios
no canto das palavras
já no sem dizer… (palavra)
mas se sobre a mesa
a outra página
da margem esquecida
se envaidece
e lacrimeja
abre-lhe outra ferida
um verso já sem começo
qualquer coisa já sem vida
segunda-feira, 8 de dezembro de 2008
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