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domingo, 25 de janeiro de 2009

Um dia

Um dia ela veio

ressentida. Pálida.



Nos olhos, uma lassidão

de bocas e

lascívia.



Seu olhar, no mais

se permitia

um ar

austero sobre o chão.




Era triste o seu olhar

e pouco dizia.

Mas tão bela era

a morte em seu rosto,

que tanta vida e furor

brotavam-lhe na face

suada de gozo,

deixando vestígios de um esquecido

gosto:

o de um antigo pudor ainda preso

em seus serenos lábios

adormecidos e envenenados de medo.



Permitia-se então uma luz cega:

uma imóvel espera:

ver enfim o raiar do dia.

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