Páginas

sexta-feira, 28 de novembro de 2008

Coisas do sem-nome

sei o quanto peca a minha palavra em teus ouvidos
por vezes me deixo dizer coisas do sem-nome
coisas do já-dito

bendito sou às vezes quando dito palavras amenas e mansas
ou quando silencio no canto da boca
palavras loucas

bem ditas são as palavras
quando bebidas nos olhos e no beijo
quando proferidas em silêncio

benditas são em seus segredos
em seus abismos e desvios
quando sorvidas com desejo
ou esquecidas de seus brios


(a covarde palavra nunca te foi dita
embora arda a outra
a desvalida)


e de tantas palavras roucas
o que se ouve no fim
são as cordas as vozes
o tamborim

Nenhum comentário: