I
a mesa posta:
há uma maçã partida sobre a mesa.
quatro partes a dividem em duas manhãs.
uma manhã rebate o sono com vontade
rebenta num estouro febril o corpo mole
devolve o que cobriu em dia tarde
impede o avanço o sonho a morte
a outra manhã sonha dias claros
(alvos panos forram a mesa posta)
(torna-se alvo a poeira nos retratos)
limpa o quarto onde sobravam portas.
II
há uma manhã quente e de luz;
há outra que não seduz.
a manhã de luz toma a cor da outra
que nasce depois
e depois de nascida, convida
a primeira a morar na cruz.
a morada não sugere lar
lá estão sem se estar
e não se vendo olham pela janela:
não vêem o tempo que passa
(e o tempo passa devagar)
as manhãs se afastam
as janelas se fecham
e as partes partidas na mesa
não são partes da sobremesa.
terça-feira, 25 de novembro de 2008
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Um comentário:
Já tow fuçando seu blog... sou eu Manu!Beijos moço!
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